sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pedalar é Preciso! Viver em êxtase pedalando é Possível!

Quando a gente gosta de alguma coisa ou de alguma atividade acho que é uma tendência natural de queremos que pessoas que são de nosso relacionamento compartilhem destas nossas fantasias.

Então estamos sempre convocando os amigos para pedalar junto para usufruir dos mesmos prazeres que nós temos nesta atividade.

O que tenho percebido é que quando faço este convite, alguns delicadamente recusam alegando “não ser a sua praia”. Outros, apesar de se mostrarem interessados e eventualmente no momento da proposta compartilhar desta fantasia se sentem inaptos ou fisicamente ou até por que acham que é uma tarefa hercúlea.

Nas minhas cicloviagens percebi que em alguns países como a Holanda, Bélgica, Alemanha, Áustria e França a bicicleta é uma cultura, faz parte dos hábitos e modo de vida da população.

Na Alemanha, quando paramos para nos hospedar num destes “bad and breakfast” que estão ao longo do Rio Mosel, no galpão de nosso hospedeiro havia um monte de bicicletas dependuradas no teto. Conversando com ele e a esposa ele declarou que cada um tinha três bicicletas, a híbrida para pedalar para o dia a dia e fazer compras, uma speed para se exercitar no verão e uma de Mountain Bike (BTT em Portugal: Bicicleta para Todo Terreno) para pedalar no inverno.

Na Holanda, particularmente em Amsterdam, a quantidade de bicicleta que se vê é uma enormidade.

“Dinamarca e Holanda, países planos, lideram a utilização da bicicleta na Europa, com 958 e 1.019 quilômetros percorridos por habitante, respectivamente, a cada ano.” ( http://www.creaes.org.br)

Bicicleta, usando um termo em voga está no DNA ou no sangue de muitos povos.

Converso com muitas pessoas que fantasiam a possibilidade de sair por aí pedalando, nem que seja para dar uma volta pela ciclovia da marginal Pinheiros em São Paulo ou pela ciclofaixa de domingo que liga o Parque do Povo ao Parque das Bicicletas, mas elas sempre são relutantes: Será que eu consigo? Será que serei capaz!

Fui testemunha, durante as minhas viagens de histórias, de fatos que me impressionaram, como um “cicloturista brasileiro”

Pedalando ao longo do Rio Danúbio, na Áustria, vi diversas pessoas com restrição motora, seja na perna ou no braço, fazendo cicloviagens em bicicletas especiais.

Vi casais pedalando com filhos em cicloviagem e muitos com um reboque atrás, levando crianças menores de 5 anos. O carrinho acoplado tinha uma capota “conversível” que se fechada isolava a criança da chuva ou do vento.

Vi também casais já aposentados, com mais de 70 anos, fazendo cicloviagens de às vezes uma semana. Pedalavam um ao lado do outro e uniformizados: mesmo modelo de roupa, mesma estampa mesmo modelo de bicicleta, mesmo modelo de alforje.

Pedalavam de 10 a 15 km como se o seu destino final não se importasse com o tempo que demorariam em chegar.

A cena que mais me comoveu foi na Holanda, quando estávamos em um camping em Amstel, perto de Amsterdam. Pai e filho chegavam para ocupar um chalé. Estavam a pedalar uma semana, numa tandem (bicicleta de dois lugares) e com um reboque que continham roupas e apetrechos de camping. O pai, um senhor de aproximadamente 65 anos, pedalava na parte da frente e o filho com uns 40 anos pedalava atrás. Detalhe: o filho tinha síndrome de Down.

Um comentário:

  1. Michael, pedalar traz um prazer tão grande quando é feito por desejo próprio. Costumo recomendar a quem cria dificuldades que se eles comprarem uma bicicleta e pedalarem nela por um mês, ficam viciados. Difícil é começar. Aqui em Recife temos passeios em grupos com 200, 300 ciclistas, a noite e alguns de dia, pela cidade toda. È a melhor escola. Quem compra a bike e quer aprender, recomendo!

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