terça-feira, 25 de maio de 2010

Entrando na Espanha







Escrevo agora em Óia (sábado), porém consegui postar somente na terça.

De Esposende a Viana do Castelo foram apenas 30 km de pedal.

Contribuiu também para nossa decisão o calor infernal. 32 graus num dia sem nenhuma brisa.

Viana é peculiar, não no aspecto urbanístico. Parece com outras que já passamos, mas o que a torna diferente é um certo ufanismo.

Viana tem o funicular mais longo da Europa, o que vence maior altitude e sobretudo a vista da cidade no Mosteiro de Santa Luzia é considerada pelos Vianenses como uma das mais belas do mundo. Vale a pena funicular para constatar que você consegue listar no mínimo 10 paisagens mais nelas que a apregoada.

Em menos de nada estávamos em Caminha (20 km) e de ferry boat atravessamos 0 Minho entrando na Espanha pela cidade de La Guardiã.

Já a partir de Viana a paisagem mudou mais verde e a estrada deixava de ser totalmente plana. Na Espanha a paisagem modificou-se radicalmente. Pedala-se vendo o mar mas uns 50 metros acima margeando montanhas.

Chegando a igreja de Oia, havia sinais de que de noite rolaria uma festas. Quiosques, palco armado, teste de som. Cheguei a pensar em ficar na vila e quase fiquei. Sabadão em Oia com musica galega deve ser inesquecível. A propósito, não me recordo em qual sítio (lugar aqui na Espanha) paramos para um café e vendo a televisão quem eu ouço e vejo cantando: Zezé de Camargo e Luciano.

Bem voltemos a Oia. Na porra da praça onde rolaria a festa, meu pneu furou. Precavido trouxe 2 câmaras sobressalentes. Como não descobri o maldito prego, detonei impávido as duas. Mas aí mais paciente, resoluto e puto, fui passando o dedo até me ferir e descobrir o maldito. Claro que os remendos eram velhos ou eu muito ineficiente. Conclusão, encontrei um simpático senhor que me levou a um borracheiro que solucionou o problema.

Seguimos mais alguns kms até pousar. O hotel pertence a dona Lola, que tem uma filha Ana, poeta, cozinheira, casada com um caminhoneiro, que toca sei lá o que na banda da igreja local e seu filho integra-se a banda como tocador de tuba, e vive brigando com a mãe mas se querem muito e vive na região que produz os melhores mariscos do mundo, que não viveria em vigo por nada neste mundo e que seu cachorro mata todas as galinhas... ah, e a filha se chama Carmen!

Te juro, parecia contando tudo isto de um só fôlego, num tom de voz tonitroante, um personagem de um filme de Almodóvar.

No final, jantamos como reis, outra hora falarei deste jantar.

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